Como está presente no Antigo Testamento, quando o Senhor diz ao seu povo: “Não cometerás adultério” (Dt 5,18), o preceito da castidade é um dos mandamentos mais sagrados da Lei de Deus. Ela é a virtude que valoriza e purifica o amor humano, em detrimento da escolha pelo pecado, que nos deixa levar pela natureza tendente do pecado. Compreendida como dom, graça e presente do Espírito Santo a todos aqueles que pedirem, a castidade deve ser buscada na edificação e no cultivo de valores nobres. Que outras mensagens podemos encontrar na Bíblia sobre essa virtude?
A sexualidade é um aspecto que interfere em diferentes particularidades da pessoa humana, no que diz respeito à unidade do seu corpo e alma. Ela tem relação com o desenvolvimento da afetividade e a capacidade de amar e procriar.
Em um sentido mais amplo, a sexualidade desenvolve aptidões para a criação de laços de comunhão com outras pessoas.
Nesse sentido, é competência do homem e da mulher reconhecer e aceitar as suas identidades sexuais, entendendo que as distinções e reciprocidades de âmbito físico, moral e espiritual devem ser direcionadas para o caminho do matrimônio e do progresso da vida em família.
Foi nessa medida que Deus criou o ser humano homem e a mulher, conferindo dignidade pessoal de forma igualitária a ambos.
Papel da castidade na vida cristã
Santo Agostinho considera que a castidade tem um papel essencial na vida cristã, ao nos conduzir à intimidade divina que perdemos com o pecado original. É por meio dela que exercitamos o autodomínio, uma das características de Adão antes da queda.
É importante lembrar, porém, que o domínio de si próprio não significa submeter-se a uma liberdade sem limites.
Nas palavras de Deus, o homem é livre sim, mas a verdadeira liberdade precisa ser devidamente assimilada. “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6, 12).
Aqui Deus transmite a mensagem de que a nossa liberdade é um dos nossos maiores dons, mas que ao interpretá-la de maneira arbitrária, estamos nos submetendo à dominação do desejo, da vontade.
A liberdade, logo, não deve ser vista na perspectiva de fazer tudo o que o desejo pede, mas sim submetê-la à razão do Espírito Santo.
Temperança
O atributo da temperança é a capacidade de dominar a si. E o autodomínio no campo da sexualidade se chama castidade.
Na castidade há a certeza na sinceridade e na pureza de Jesus Cristo. Logo, pessoas castas vão desenvolver relacionamentos castos, baseados na confiança estabelecida uns nos outros.
Aqui não há dúvidas sobre as intenções do afeto, pois os ideais são partilhados e se tornam sinceros no firmamento de Cristo.
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza; que cada um saiba possuir seu corpo santa e honestamente, sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem a Deus. Pois Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. Por conseguinte, desprezar estes preceitos é desprezar não a um homem, mas Deus, que nos deu o seu Espírito Santo”
1Ts 4, 3-5. 7-8
A luta contra as impurezas
Na luta contra as misérias da carne é necessário ter caridade, respeito e compaixão pelos que sofrem dos males, na crença de que só Cristo pode dar força e libertação.
É importante não desanimar na luta em busca da pureza, a partir do que diz São Pedro: “Depois que tiverdes padecido um pouco, [Deus] vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará” (I Pd 5,10).
Como ensina ainda Paulo: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (I Coríntios 10:13).
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