Débora, cuja história está nos capítulos 4 e 5 de Juízes, viveu num mundo em que as pessoas faziam o que queriam, não havia um rei para seu povo, o sacerdócio não estava funcionando e, no lugar de recorrer a Deus, os israelitas escolhiam pecar. Como resultado, Deus permitiu que muito sofrimento se abatesse sobre eles. Foi só quando recorreram à Sua força, quando acreditaram em Sua promessa, que foram capazes de vencer seus inimigos.”
Durante o período histórico dos juízes, Israel frequentemente recorria à idolatria. Como resultado, Deus os puniu, permitido que sofressem sob o governo de nações vizinhas. Um período difícil aconteceu sob o domínio do Rei Jabim, que oprimiu os israelitas por 20 anos.
Finalmente, o povo clamou a Deus. E é aqui que tem grande destaque a mulher que convocou o povo para a batalhe e profetizou sua vitória: Débora.
Você conhece a história de Débora? Essa juíza e profetiza de Israel tem um papel importantíssimo na Bíblia e traz diversas lições para a nossa vida.
Nessa publicação, conheceremos um pouco mais sobre essa mulher impressionante que inspirou seu povo e deu exemplo de fé.
Uma liderança feminina em um povo patriarcal
Segundo o livro de Juízes, Débora foi uma importante líder, juíza e profetiza de Israel. A Bíblia nos diz que ela foi a quarta juíza de Israel, esposa de Lapidote e que prestava atendimento como profetiza debaixo de palmeiras.
O nome Débora significa abelha. Pouco sabemos sobre a história de Débora – a mulher que, junto a Baraque, liderou os israelitas contra o domínio de Canaã. Mas ela aparece nos capítulos 4 e 5 de Juízes e foi a única mulher citada na Bíblia a ter o status de juíza.
O fato de ser uma liderança feminina registrada por um povo patriarcal torna evidente sua importância histórica para aquela população.
Naquele tempo, os israelitas estavam há anos sem uma liderança. Não havia reis sobre o povo, o sacerdócio não estava funcionando e as pessoas faziam tudo o que queriam. A fraqueza e a covardia daqueles homens era absurda.
O ministério de Débora, portanto, foi um tipo de protesto contra essa vergonhosa realidade.
“Esposa de Lapidote”
Quanto a ser “esposa de Lapidote”, há uma divergência entre estudiosos da Bíblia. Judeus e cristãos falam que Débora era esposa de Lapidote, mas nem todos concordam que isso ateste que ela era casada.
Isso porque o significado de Lapidote era “tochas acesas” ou “fogo aceso”.
Considerando que ela se sentava sob palmeiras para aconselhar pessoas, há pesquisadores que acreditam que ela era uma “acendedora de tochas”.
Outros preferem interpretar que ela era, sim, casada, e que isso nos mostraria que ter uma família e trabalhar não significa não ter tempo para servir a Deus.
A história de Débora
Depois da morte de Eúde, os israelitas voltaram a pecar contra Deus, recorrendo à idolatria. Por conta disso, Deus deixou que caíssem nas mãos de Jabim, o rei de Canaã.
Por 20 anos, o povo israelita foi oprimido por Sísera, o temível capitão do exército de Jabim. Ele tinha uma frota de carros de ferro que o tornavam invencível.
Enquanto isso, Débora vivia na região montanhosa de Egraim. Sentava-se sob palmeiras e várias pessoas iam até ela para pedir conselhos e obter ajuda para resolver suas questões.
A Bíblia nos conta que, um dia, Débora chamou Baraque para liderar um pequeno exército contra os poderosos exércitos de Jabim, pois Deus já planejava sua vitória:
“E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: “Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom;E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros, e com a sua multidão; e o darei na tua mão”.
Juízes 4:6,7
A valentia do guerreiro Baraque é mencionada em Hebreus 11:32-34:
“E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas, / Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, / Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos”.
Mas, quando convocado por Débora, ele hesitou e disse que só iria se ela fosse com ele para o campo de batalha. Muito segura, ela concorda com esses termos, mas avisa de antemão que a glória de matar Sísera não seria dele, mas de uma mulher:
“E disse ela: “Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera. E Débora se levantou, e partiu com Baraque para Quedes”.
Juízes 4:9
Inspirado pela confiança e fé de Débora, Baraque juntou 10.000 soldados israelitas. Sabendo disso, Sísera convocou todos os seus 900 carros de ferro e o povo que estava com ele.
No capítulo 5 de Juízes, a Bíblia nos conta que um grande temporal transbordou o rio Quisom e a água varreu os carros de guerra dos cananeus, deixando seu exército confuso uma presa fácil para o pequeno exército israelita.
Não sobrou um homem sequer dos inimigos. Sísera abandonou sua carruagem e fugiu a pé até a casa de Jael, mulher de Héber.
“E Jael saiu ao encontro de Sísera, e disse-lhe: entra, senhor meu, entra aqui, não temas. Ele entrou na sua tenda, e ela o cobriu com uma coberta”.
Juízes 4:18
Sísera ordenou a Jael que, caso perguntassem se havia alguém em sua tenda, ela deveria negar. Pediu-lhe água, bebeu leite e dormiu.
Aproveitando o sono de Sísera, Jael muniu-se de uma estaca e um martelo, aproximou-se dele e enfiou a estaca em sua têmpora. Quando Baraque passou à procura de Sísera, o homem já estava morto, comprovando a profecia de Deus.
Fortalecido, o povo de Israel continuou a lutar contra Canaã até destruir Jabim.
O cântico de Débora
A liderança de Débora e seu serviço a Deus era inegável, principalmente num momento em que os israelitas tinham tão pouca fé.
A contribuição de Débora para a bíblia está na ode (ou balada) que ela escreveu, contando detalhes da batalha que Deus travou contra o inimigo. Esse cântico está registrado em Juízes, no capítulo 5. Há uma descrição poética muito detalhada sobre a batalha nos versículos 19 ao 21.
No cântico, é perceptível sua sensibilidade com as questões políticas e espirituais daquela época. Ela percebeu que o pecado de seu povo fez Deus permitir todo o sofrimento que ele passava.
Assim sendo, a ode abençoa os que lutaram contra Sísera e amaldiçoa as tribos de Israel que temeram diante do inimigo. Débora também comenta o sofrimento da mãe de Sísera e elogia Jael, a mulher que o matou.
Pode parecer cruel ou bruto celebrar uma heroína que cravou uma estaca na cabeça de seu inimigo, mas lembremos que, naquela época, era uma honra saber que Deus, o senhor dos exércitos, estava com os israelitas.
O que aprendemos com Débora?
Débora foi avaliada como uma mãe em Israel, um título de honra e fama. Ela é um exemplo de mulher com fé em Deus, que serviu de luz para o seu povo e inspirou seus compatriotas.
Ela nos ensina a ver mais que as aparências: embora fosse mulher em uma sociedade patriarcal, ela não foi rejeitada por Deus.
Assim sendo, não importa quem você seja, Deus pode te usar.
A autoridade conferida por Deus permitiu que Débora fosse usada para inspirar seu povo. Sejamos mais como Débora: enfrentemos de frente nossos problemas, sabendo e confiando.
Leia mais artigos no nosso blog e nos siga nas redes sociais: Facebook, Instagram, Youtube!
Deixe seu comentário: