Não olhe para cima: saiba o que o filme nos ensina

Não Olhe Para Cima é mais um entre dezenas de filmes apocalípticos que falam sobre a destruição da Terra. Bem, talvez “mais um” não seja a melhor definição para ele, já que sua visão sobre a sociedade e sobre o modo como as pessoas lidam com o assunto é bastante única.

À medida que um gigantesco cometa se aproxima de nosso planeta, alguns personagens entram em ação para tentar fazer algo enquanto outros preferem negar o que está claramente acontecendo. Entretanto, todos eles, em algum momento, acabam orando de diferentes maneiras e por coisas distintas.

Mas, o que isso nos ensina? Como a história do filme pode nos tocar? Independentemente de você ter ou não assistido a esse lançamento da Netflix, acompanhe nosso artigo até o final e descubra as respostas para essas perguntas.

Sobre o que o filme fala?

Em sua essência, Não Olhe Para Cima é basicamente uma sátira sobre política. O filme fala sobre como a sociedade se mantêm ignorante por escolha própria, não levando em consideração evidências científicas, mas prestando atenção em todos os passos das celebridades, por exemplo.

Vemos isso claramente quando Janie Orlean, a presidente dos Estados Unidos, interpretada por Meryl Streep, reage à notícia do asteroide dizendo “ouvi dizer que há um asteroide ou um cometa, ou algo que ninguém gosta da aparência”. Além de não se importar com a notícia, a líder da nação só toma alguma providência quando ela se mostra vantajosa politicamente falando.

Certo, mas sobre o que fala o filme exatamente? O roteiro é uma espécie de comédia sobre um cometa destruidor de planetas descoberto por acaso pelo professor Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e sua aluna de pós-graduação Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence).

Durante o filme, eles lutam juntos para informar as pessoas do perigo que se aproxima e das consequências de uma colisão. Enquanto isso, a presidente dos Estados Unidos está interessada em números de pesquisas e na sua própria popularidade.

Nem mesmo a mídia consegue fazer algo a respeito, já que os dois apresentadores mostrados no filme acham a história científica muito “pesada” e dura, algo que a população não precisa ouvir no momento.

Mas, então, o que eles fazem? Simples: transformam o professor em um “homem desejado por todos” e sua aluna em um “meme ambulante”, taxada de louca por estar tão preocupada com a possível extinção dos seres vivos.

Entre os problemas citados no filme e que se assemelham ao que vivemos atualmente, estão:

Cinismo da mídia;
Culto às celebridades;
Negacionismo da ciência (que é uma dádiva da sabedoria que Deus conferiu a nós)
Ganância das indústrias tecnológicas;
A tentativa de evitar qualquer sentimento de tristeza e tentar fingir que tudo é bom o tempo todo;
O abismo entre os ricos e os pobres;
O egoísmo e o narcisismo;
O uso do dinheiro como fonte de valor.

Não Olhe Para Cima também fala sobre a importância da fé pura

Por outro lado, Não Olhe Para Cima também nos mostra uma figura bastante carismática: o jovem Yule, interpretado pelo ator Timothée Chalamet. Aliás, esse parece ser o único personagem 100% fiel a algo no filme.

Se por um lado Yule parece apenas um adolescente skatista estranho, por outro ele mostra uma conexão profunda com a sua fé. Com seu jeito diferente, ele ora diversas vezes durante o longa, mostrando que encontrou seu próprio jeito de falar com Deus.

Enquanto a presidente tenta forçar as pessoas a acreditaram nas coisas do mesmo modo que ela acredita, sendo profundamente intolerante, Yule segue o caminho contrário. Ele ora por conta própria e não se perturba quando os outros não o fazem, nem tenta impor nada aos outros.

Sua crença claramente não é sobre ter poder ou dinheiro, mas sobre pedir à Deus por perdão e amor, ou seja, é uma conexão espiritual genuína.

No final do filme, aliás, há um momento que ganha destaque, focando na importância da fé como algo profundo, pessoal e consciente, ao invés de ser algo para atingir os outros, elevar o próprio ego ou impor um pensamento.

Mas, então, o que aprendemos com isso tudo?

Bem, embora o debate sobre as mudanças climáticas seja o foco de Não Olhe Para Cima, o filme pode falar ao coração de muitas pessoas, principalmente quando mostra que, por vezes, parece que estamos gritando para o vazio e ninguém nos escuta, mesmo quando o assunto é importante.

Na Bíblia, somos lembrados sobre a ignorância em vários trechos. Também vemos como essa ignorância afeta diretamente o nosso relacionamento com Deus pois, apesar de Sua existência ser tão clara, muitos ainda a negam.

Em Efésios 4, versículo 18, por exemplo, lemos sobre a dureza de coração que nos impede de ver Deus:

“Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.”

Em outra passagem, nos é dito que não temos qualquer desculpa para não conhecermos a Deus, já que Ele se tornou tão claro para nós:

“Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entende, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1, versículos 19 e 20).

Já no livro de Oséias, por exemplo, está escrito que a nossa falta de conhecimento nos destrói e em Atos diz que chegará um momento em que o Senhor não irá ignorar a nossa ignorância.

Logo, seja um cientista tentando fazer os políticos prestarem atenção aos avisos de desastres ou um cristão tentando convidar as pessoas a ver um Deus que é bom e amoroso, Não Olhe Para Cima fala sobre a terrível frustração de ser ignorado e menosprezado.

Afinal, o que será que é preciso fazer para que o mundo simplesmente olhe para cima? Essa pergunta traz uma reflexão profunda sobre onde estão os nossos propósitos. Eles estão em Deus, no alto, ou em políticos e celebridades? Pense nisso!

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