Abreviação da frase latina “Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum”, que significa “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”, a sigla INRI tem a sua inscrição encontrada na parte superior da cruz, geralmente sobre a cabeça de Jesus.
Segundo o Evangelho segundo João, a inscrição, escrita em latim, grego e hebraico, foi afixada na cruz onde Jesus Cristo foi crucificado a mando de Pilatos.
“E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus. E muitos dos judeus leram esse título; porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, grego e latim. Diziam, pois, os principais sacerdotes dos judeus a Pilatos: Não escrevas, O Rei dos Judeus, mas que ele disse: Sou o Rei dos Judeus.”
(João, 19:19-21)
Conheça um pouco mais sobre a história e o significado desse termo.
Símbolo cristão
Presente na religião cristã por ter sido a inscrição que Pilatos mandou afixar na cruz em que Jesus Cristo foi crucificado, o acrônimo INRI não está escrito dessa forma na placa original.
A sigla é utilizada, recorrentemente, na cultura cristã e nas imagens de crucificação, provavelmente, com o objetivo de poupar espaço.
Acusação contra Jesus
Era tradição entre os romanos afixar uma placa acima das pessoas crucificadas, com a devida identificação, por meio do nome, e a acusação.
Desse modo, no processo de crucificação era escrito o motivo da execução em uma placa, como forma de deixar claro para todos que o crime cometido teria um castigo sério.
Perseguido pelos romanos, por ser considerado uma ameaça ao império, na medida em que afirmava ser o rei dos judeus, Jesus havia sido condenado pelos líderes judeus por blasfêmia contra a lei de Deus.
O que acontece é que, nessa época, a Judéia era uma província romana, e como os romanos não seguiam a religião judaica, havia a necessidade de outra acusação para condenar Jesus à morte.
Sendo assim, Jesus foi acusado de rebelião contra o império romano.
O julgamento
Antes de passar pela crucificação, Jesus teve que enfrentar um longo julgamento. Era desejo das autoridades garantir a condenação de Jesus de qualquer maneira.
O Sinédrio chegou a utilizar um falso testemunho para buscar uma acusação contra Jesus, que no final foi acusado de blasfêmia.
Como o Sinédrio não tinha autonomia para aplicar a pena capital em um condenado, a corte judaica precisava da posição do governador romano da província, que na época era Pôncio Pilatos.
Posição de Pilatos
Ao interrogar Jesus, Pilatos não viu fundamento na acusação, e embora não concordasse com a crucificação, se sentiu pressionado a atender o desejo do povo, que exigia a morte de Jesus.
Atravessando um momento de turbulência na província, e não querendo se indispor com Roma, Pilatos condenou oficialmente Jesus à morte por crucificação.
Os líderes dos judeus insistiam que ao se intitular rei dos judeus, Jesus desafiava o poder de César, e defendê-lo significaria se rebelar contra o imperador.
“Daí em diante Pilatos procurou libertar Jesus, mas os judeus gritavam: ‘Se deixares esse homem livre, não és amigo de César. Quem se diz rei opõe-se à César.
(João 19:12).
Mesmo não acreditando na acusação, Pilatos a considerava muito perigosa, fazendo com que ele permitisse a crucificação de Jesus, em uma punição destinada aos criminosos da pior índole ou rebeldes.
A inscrição na cruz
Pilatos decidiu escrever a acusação contra Jesus em uma placa, contemplando as três línguas comuns da região: latim, grego e aramaico.
O objetivo era fazer com que todos entendessem a mensagem escrita, a partir da acusação de que Jesus era o rei dos judeus.
Segundo a Bíblia, a inscrição representada pela sigla INRI foi escrita nos três idiomas mais falados em toda aquela região, de modo que qualquer pessoa, seja qual fosse o seu local de origem, compreendesse o que estava ali na placa se soubesse ler.
Embora a inscrição tenha desagradado os líderes religiosos, que não queriam que a placa trouxesse a declaração “O Rei dos Judeus”, mas sim “Sou o Rei dos Judeus”, entendendo que haveria a possibilidade de uma interpretação equivocada da mensagem, Pilatos manteve o que foi escrito originalmente.
Para ele, a inscrição mostrava ao povo o que poderia acontecer se eles se revoltassem contra Roma.
Insatisfação dos judeus
Os judeus se preocupavam com o fato de alguém pensar que Jesus seria, realmente, o rei dos judeus.
Sendo assim, eles insistiam que Pilatos escrevesse algo que deixasse mais evidente que a alegação de ser o rei dos judeus partia do próprio Jesus.
Eles pretendiam reforçar que Jesus jamais havia sido reconhecido como rei pelos judeus.
Os quatro evangelhos
Nos quatro evangelhos há menções à placa que foi pregada na cruz de Jesus.
Entre os evangelistas, porém, é possível encontrar pequenas variações na maneira como o conteúdo da inscrição é registrado.
O evangelista Mateus registra que na placa estava escrito “Este é Jesus, o Rei dos Judeus” (Mateus 27:37). Já no evangelista Marcos, o relato é de que na placa pregada na cruz estaria escrito apenas “O Rei dos Judeus” (Marcos 15:26).
Em Lucas, por sua vez, é informado que a inscrição seria “Este é o Rei dos Judeus” (Lucas 23:38).
No Evangelho de João consta a identificação mais conhecida, a que baseia o termo INRI, pois ele aponta a inscrição “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus” (João 19:19) na placa colocada acima da cabeça de Jesus na cruz.
De acordo com os estudiosos, as pequenas distinções na inscrição têm relação com as variações encontradas em cada um dos três idiomas que a mensagem busca contemplar.
De qualquer forma, independente da língua, a inscrição pretendia identificar Jesus como o rei dos judeus.
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